quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Filho do Hamas


A vida do palestino Mosab Hassan Yousef, de 32 anos, desafia a lógica do conflito árabe-israe-lense, em que as rivalidades são quase sempre hereditárias. Filho mais velho do xeque palestino Hassan Yousef, um dos sete fundadores do Hamas, grupo terrorista transformado em partido, o jovem foi criado para ser um líder extremista. Contra todas as possibilidades, traiu o pai, colaborou com o inimigo, denunciou os companheiros e converteu-se ao cristianismo. Após dez anos de bons serviços prestados como agente duplo do Shin Bet, o serviço secreto militar de Israel, hoje Mosab Yousef vive na Califórnia, nos Estados Unidos, onde divide o seu tempo entre o surfe e os cultos em uma igreja evangélica de San Diego.

Em entrevista concedida a VEJA por telefone, ele definiu o Corão como "um livro doente que deveria ser banido das escolas, das bibliotecas, das mesquitas". Em sua biografia, Filho do Hamas (Sextante), lançado no Brasil na semana passada, a vocação de Yousef para fazer proselitismo religioso ganha, felizmente, menos espaço do que as histórias de espionagem e traição que envolvem sua trajetória.

A desilusão com o Islã e com o Hamas começou no período em que Yousef esteve preso em Megiddo, uma penitenciária israelense a 5 quilômetros da fronteira com a Cisjordânia. Detido por porte de armas em 1996, quando tinha 18 anos, Yousef permaneceu em uma área exclusiva para integrantes do Hamas. Durante os dezoito meses em que esteve preso, testemunhou membros do grupo torturando os próprios colegas. Qualquer um que demorasse um pouco mais no banho ou tivesse um sotaque diferente podia ser acusado de agente duplo e receber uma punição. Os terroristas enfiavam agulhas sob as unhas dos suspeitos e derretiam embalagens plásticas para queimar sua pele. Para não deixar que os gritos das vítimas chamassem a atenção dos guardas israelenses, ligavam a televisão no volume máximo. "Era um grau de brutalidade que nem mesmo os israelenses tinham conosco", diz Yousef.

Depois de ser libertado, ele encontrou um jovem estrangeiro que lhe apresentou os dogmas evangélicos. Começou, então, a ter aulas noturnas de religião em uma escola católica de Ramallah, na Cisjordânia. O processo de conversão ocorreu às escondidas e durou seis anos. Já na prisão Yousef fora convidado a colaborar com o Shin Bet. Ele acredita que seus colegas palestinos nunca desconfiaram de sua vida dupla simplesmente por ser o filho de quem era: um dos mais influentes líderes do Hamas. O parentesco dava ao jovem acesso à elite política palestina, como Yasser Arafat, e aos bastidores dos planos terroristas de grupos como o Hamas e a Brigada dos Mártires de Al Aqsa, ligada ao partido secular Fatah.

Foi graças a informações passadas por Yousef que alguns dos homens mais perigosos dos territórios ocupados puderam ser presos. Em 2001, Yousef telefonou de seu carro para o Shin Bet e deu as coordenadas para a localização do veículo em que se encontrava Muhaned Abu Halawa, um traficante de armas de 23 anos procurado por dar apoio logístico aos atentados da Brigada dos Mártires de Al Aqsa. Em seguida, do alto de uma colina, um tanque israelense fez disparos precisos em direção ao carro de Halawa, estacionado em uma rua de Ramallah. "Um dos projéteis atravessou o para-brisa, mas Halawa deve ter percebido o ataque, porque abriu a porta a tempo e pulou para fora, em chamas", diz Yousef, que se encontrava a poucos metros do alvo. O informante, acompanhado do pai, ainda visitou o terrorista chamuscado no hospital. Meses depois, os israelenses eliminaram Halawa com mísseis lançados de dois helicópteros, dessa vez sem a ajuda de Yousef. "Posso dizer que, durante toda a minha colaboração com o Shin Bet, sempre me preocupei em apenas participar de operações que não atentassem contra a vida humana", diz o ex-agente duplo.

Nem sempre esse princípio funcionou. Em 2002, Yousef recebeu cinco homens pedindo ajuda em sua casa, em Ramallah. Eles estavam com um automóvel cheio de explosivos e precisavam de um lugar seguro para se esconder antes de realizar um atentado em Israel. Yousef deu dinheiro a eles e recomendou que encontrassem um hotel nas proximidades. Em seguida, ligou para o Shin Bet, que, discretamente, recolheu o carro-bomba. O informante palestino pediu para poupar os militantes. A condição foi aceita. Durante a noite, os militares israelenses invadiram o quarto dos terroristas para prendê-los. Um deles tentou escapar pela janela, mas foi abatido a tiros antes de alcançar a rua. Yousef garante que nunca colaborou com os israelenses por dinheiro. Em pelo menos três ocasiões, contudo, ele recebeu uma espécie de ajuda de custo de Tel-Aviv. Em uma delas, ganhou algumas centenas de dólares para "comprar algumas roupas, cuidar de mim mesmo e curtir a vida", como ele descreve no livro.

Em 2005, seu pai, Hassan Yousef, estava sendo procurado pelos israelenses, e ele resolveu ajudá-lo, escondendo-o. Yousef, o filho, enfrentava um dilema: se continuasse escondido com o pai, poderia ser morto junto com ele; se o delatasse, temia que sua identidade como informante fosse descoberta pelo Hamas. Resolveu telefonar para o Shin Bet, pedindo para ser preso junto com o pai. O líder do Hamas está até hoje na cadeia. Seu filho ficou apenas três meses preso. Na sua avaliação, o pai, por ser da ala política do Hamas, não pode ser considerado um terrorista. Ainda assim, Mosab Yousef acha que fez a coisa certa.

Fonte: Revista Veja

terça-feira, 12 de outubro de 2010


Nas contas de Tiririca, o candidato “palhaço”, que com a sua campanha política superou a marca de 1 milhão de votos para o pleito de deputado federal por São Paulo, pior do que está não pode ficar!

Com esta matemática, o candidato “palhaço”, de forma séria e consciente conseguirá levar junto com ele para Brasília pelo menos 3 ou 4 outros candidatos de sua coligação.

Tiririca, a semelhança do que ocorreu com a candidatura do macaco Simão no Rio anos atrás, deve ser o candidato mais votado do Brasil.

Dilma candidata a presidência terá no primeiro turno pouco mais de 40 milhões de votos, contra os pouco mais de 30 milhões de José Serra e os 18 milhões de Marina Silva. Nesse sentido, pela matemática de Tiririca, em nível nacional ainda não chegou ao pior do que está não pode ficar, uma vez que na disputa presidencial haverá segundo turno.

No sul do Estado, especificamente em Marataízes, a matemática de Tiririca parece que também não prevaleceu, uma vez que o sul conseguiu reunir votos suficientes para fazer um representante para a Assembléia, pelo menos na contabilidade, mas não levará o título e nem terá seu legítimo representante.

Isso porque os candidatos locais, Marcos Vivacqua conseguiu 11.358 votos; Rudinho 10.030 votos; Paulo Rezende 3.378 votos e; Professor Cleber 2.600 votos, de forma que em conjunto os votos alcançados por nossos candidatos, se tivessem sido concentrados em um só candidato, o que somados dá 27.366 votos, seria uma soma que possibilitaria a Marataízes possuir pelo menos um legítimo representante na Assembléia.

Na esfera Federal, Marataízes ainda não se cacifaria, mas não fez feio, uma vez que Dilcéa Marvila alcançou 9.046 votos, e Fabiano Elias 6.761 votos, totalizando 15.807 votos, total insuficiente para alçar um representante para a Câmara Federal.

Fonte: Marataizes